Tudo é (demasiado) Tarde

Olha-me por entre a minha alma. Descobre todos os desejos de sangue que sinto. Olha-me com a imensa calma, Enquanto sobre ti escrevo e pinto. Fixa os meus olhos do Diabo, Enquanto abro estas asas de anjo. Pratiquemos o ato, Com todo este sangue brando. Fixa-te mais uma vez E descobre todas as respostas. Somos mais uns quantos "quês", Sem pressas nem demoras. Somos toda uma infinidade E com alma pura me apresento. Por entre toda esta efemeridade Todas as minhas desventuras te descrevo. Acenderemos mais uns quantos cigarros Por entre toda esta noite vadia, Deixai-me por toda esta infinidade Com toda a minha mente vazia. Acabo mais um cigarro, Com mais um outro copo na mão. Escreverei até que se faça tarde, Mesmo que contigo não haja um não (para todas estas horas que por aqui passarão).

Oremos irmão Sempre que vais eu por aqui fico, esperando. Por entre todo o nevoeiro te digo, volta, já estou com saudades e por fim voltas, como se sentisses falta e necessidade do meu abraço. E por aqui fico, falando entre 4 paredes como um louco, escrevendo como Tiago enquanto Diogo sou. Oremos irmão. Oremos irmão. Sou apenas mais um, tal como as páginas do livro da vida que escrevo, fingindo a vida que desejava ter enquanto sou conscientemente feliz e mesmo assim pedindo para ser inconsciente para não me lembrar disso sequer. Oremos irmão. Oremos novamente por todos, e todos por um, para que possamos criar memórias, e também esquecê-las enquanto vivemos e oramos porque, "irmão", somos mais do que pensamos sequer e enquanto caminhamos por entre o nevoeiro, Oremos irmão. Oremos irmão. Vamos passear, talvez com um copo de vinho na mão, enquanto falamos do ópio e de aventuras sobre o coito, ou até do mais simples prazer. Nós somos nada e essa efemeridade torna-nos tu

Não esperes para que o mundo acabe para te levantares dessa tua preguiça e gritares, para que o resto do mundo te oiça, que és o melhor que consegues fazer de tudo, porque esse "de tudo", no final, já não vale de nada. O mundo vive pelas memórias, pela aprendizagem e ao relembrar o que até hoje vivi (pouco) sei que não sou um desistente, ou um "gajo" que espera pela última para se afirmar à sua plateia. Na verdade sou muito mais que isso e muito disso, escondo. Garanto-te que tenho os meus enormes defeitos, complexos até, mas as minhas qualidades superam montes e movem montanhas apenas para te dizer: "O que dizes é um monte de tretas, e eu sou o que sou graças a essas tretas que dizes e com todo o orgulho te digo: Sou o melhor". O meu feitio pode ser o Diabo mas enquanto eu por cá estiver e caso tu, que estás a ler isto, deres o melhor de ti então te garanto que os meus olhos do Diabo te verão como um anjo mas por favor, não esperes até às última para

Concedo-te um desejo, usa-o mas antes disso pensa bem no que vais pedir, só tens direito a um e por favor não te arrependas. Concedo-te com toda a minha genialidade e apesar de não ter poderes sobrenaturais eu te garanto que irei cumprir com o que te digo, porque acima de tudo sou um ser inexistente e tu (que lês estas tretas todas) és uma pessoa espetacular (sabias?). Já pensaste bem o que vais pedir? Eu cá demorei anos, e demorei vivências até chegar a esta tão grande descoberta e o meu desejo (digo-te) foi ser um gênio, ter o poder de conceder desejos e de conseguir entregar uma grande parte da felicidade por tudo à minha volta. E tu? Já pensaste no que queres pedir? Continuas a ter só um desejo, só te permito isso, e eu cá estou desejoso de ouvir-te pedir, aqui no meu ouvido, sem que ninguém nos oiça, porque este momento é só nosso e eu já recebi mais do que um desejo, porque aqui tenho a tua presença.

"Carta dirigida à minha amiga Morte." Não tenho sentido saudades tuas, na verdade até me dá graça lembrar da última vez que me vieste fazer uma visita, sem qualquer plano, apenas com um saco para me arrancares todo aquele sofrimento e na verdade assim o fizeste, embora eu tenho sido muito mais esperto que tu e fechei-te a porta a tempo, com medo que me raptasses. Hoje sou te eternamente grato, e lembro-me de ti com os olhos do Diabo que hoje tenho e aperto-te a mão com a maior das vontades e melhor das intenções, e ainda brinco contigo (por vezes). De vez em quando ainda te lembras de mim. Tentas jogar algum obstáculo para a minha dor de pensar, essa dor que tu, melhor que ninguém, conheces mas como disse (e repito), eu sempre fui muito mais esperto que tu sem ter a necessidade ridícula de me esconder por detrás de uma máscara (embora às vezes me fantasie de ti). Sabes que ainda tenho as cartas aqui guardadas para te entregar? Ainda as mantenho aqui para me lembrar de ti,