Carta dirigida à minha amiga Morte

"Carta dirigida à minha amiga Morte."

Não tenho sentido saudades tuas, na verdade até me dá graça lembrar da última vez que me vieste fazer uma visita, sem qualquer plano, apenas com um saco para me arrancares todo aquele sofrimento e na verdade assim o fizeste, embora eu tenho sido muito mais esperto que tu e fechei-te a porta a tempo, com medo que me raptasses.

Hoje sou te eternamente grato, e lembro-me de ti com os olhos do Diabo que hoje tenho e aperto-te a mão com a maior das vontades e melhor das intenções, e ainda brinco contigo (por vezes).

De vez em quando ainda te lembras de mim. Tentas jogar algum obstáculo para a minha dor de pensar, essa dor que tu, melhor que ninguém, conheces mas como disse (e repito), eu sempre fui muito mais esperto que tu sem ter a necessidade ridícula de me esconder por detrás de uma máscara (embora às vezes me fantasie de ti).

Sabes que ainda tenho as cartas aqui guardadas para te entregar? Ainda as mantenho aqui para me lembrar de ti, lembrar o quão manipuladora foste e o quanto me enganaste só para me levares a passear contigo (ainda continuo a ser mais esperto que tu) e eu recusei.

Hoje tenho força suficiente para te dizer para ires embora, e que essa tua máscara ridícula só mete medo a quem quiser realmente se sentir assustado mas hoje aperto-te a mão e voltarei a apertar cada vez que fores convidado a entrar pela minha porta.

Agora podes ir embora, já ouviste a minha história e o carinho (falso) que tenho por ti mas olha, amanhã espero te aqui à mesma hora, vou sentir saudades tuas.

Ao sempre presente amigo
A Morte

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