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A mostrar mensagens de outubro, 2018

Sem título

Não há mortalhas para me fazer ir além, nem chama para me manter ativo. Existe simplesmente o ar que entre mim vem buscar tudo aquilo que ficou apenas para o meu espírito. Deitei-me em frente a casa, com toda a vontade de ir partir por aí, em buscar do improvável e do apenas imaginário mas por ali fiquei, com mais uma ou outra coisa presa na cabeça, como todas as outras que, de certa forma, me fazem escrever. Agarrei em alguns trocos que encontrei na mesa de jantar e decidi ir em direção a um café, perto do rio, perto do sítio que me faz fluir a imaginação e ficar fértil de pensamento e por ali fui, em busca de algum sítio de paz, desligado do mundo e entrando num mundo novo, o meu mundo. Fiquei vidrado enquanto escrevia, era eu que ali estava, e apenas eu, e criei as minhas orações de perdão, orando e pecando enquanto escrevia o meu contrato de liberdade e, mesmo sem o acabar, por breves momentos, fui livre. Sinto-me preso, preso sem qualquer objeto que me faça estar assim, tão de

Conta-me como foi ter saudade

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Conta-me como foi ter saudade. Está na altura de abrir os olhos para fora das memórias, para fora das fotografias que tanto quiseste guardar no quarto e de fechar os olhos para a saudade mesmo que essa doa e te faça chorar, mesmo que com os olhos fechados. Choras quando, ao vivo, o amor te desperta e abre as portas do coração e tu, com medo, deixas sempre uma segurança na porta, com medo que o Diabo entre por ali dentro e te queime, não com a chama intensa que te faz sorrir assim que acordas mas sim com a chama que te faz querer fechar as tuas portas do quarto e escrever mais um ou outro desabafo pelo simples mas ao mesmo tempo complexo problema, a saudade. Esse sentimento torto, e que te faz ficar "torto" com o mundo, é filho da Dona Consciência, que por te ter criado consciente brinca contigo, brinca com o teu coração e por vezes joga fora e tu na verdade nunca foste grande jogador. A boca irá te fazer lembrar outros lábios, o cheio irá te fazer lembrar aquele perfume

Escrevi sobre ti uma história trágica

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Escrevi sobre ti mas esqueci-me que a história era solitária e trágica. Escrevi sobre ti mais uma vez, enquanto passeava pela chuva e a mesma brincava comigo, dizendo que as gotas por entre os meus olhos eram água da chuva embora eu cá soubesse que eram lágrimas vindas de coração. Escrevi todos os horrores daquela história e eu quis incluir-me como se se tratasse de Romeu e Julieta sem que eu me matasse no final, a não ser que morresse "de amores". Elevei a minha consciência ao sonho e escrevo inconscientemente que estou consciente que me encontrei apaixonado numa história que estava a acabar com a tragédia, logo eu que adoro correr riscos. Escrevi um contrato de amor, como se fosse todos os outorgantes e o amor em pessoa para decidir assinar todo o contrário e (fingir) ser feliz (porque o amor vem com o coração, com toques, gestos, declarações até, e confiança, não com uma simples cerimônia). Escrevi sonhos em que ridicularizavamos o ridículo, e gozavamos com o banal, f

Ouvi uma certa música

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Ouvi uma certa música, nem era a minha preferida, mas coloquei na repetição e ouvi vezes e vezes sem parar, talvez à espera de algo, talvez não, mas revivi demasiados momentos e a única vontade que aquilo me trouxe foi de criar muitos mais. "Foi aquela música" e eu, sem qualquer intenção de ser ridículo ou até mesmo de ser desacreditado disse-lhe: "Confia" e na verdade ela confiou, sem que houvesse algum motivo para desconfiar de mim e Jurei (a mim) que ate à minha última gota de sangue que ali ficaria e fiquei, até que chegou a hora dela ir para casa. Senti-me no passeio a porta, indeciso com a vida e a refletir sobre todos esses "talvez" e acendi um cigarro, como se o copo que eu tivesse comigo não chegasse e pedi ao monstro que comigo anda para se sentar um pouco comigo, para termos uma conversa profunda sobre tudo o que de improvável existe e o que, talvez, nem exista. Fiquei horas a fio a repetir aquela música, passeando por todas as ruas estreitas

Linguagem corporal

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É em busca das palavras que me desencontro e no reencontro dos nossos corpos entendo toda a linguagem, apesar de corporal, os olhos, por entre todo aquele escuro e por entre 4 paredes, dizem mais do que alguma vez palavras (que o vento as leva) poderiam dizer. Tentamos passar gemidos a pontuações, momentos em espaços e novos parágrafos com a esperança (estúpida) de nos perdermos por entre todos os poemas e todos os versos que vamos inventando, mesmo que por vezes a inspiração falhe, tal como nós falhamos. Merda para a maneira como exprimes todos esses momentos para palavras, dá-me vontade de arrancar um pouco mais dos teus versos e torná-los meus, para poder gabar-me da maneira como consigo descrever tudo isto, por entre toda a nossa linguagem corporal, até que um de nós se farte. Agora limito-me a dizer que sinto raiva de ti, raiva por preferir ouvir os teus poemas do que escrever os meus próprios, raiva por saber que os teus olhos estão a dizer mais do que possas alguma vez pensar

Ajudem-me, estou a morrer (de amores)

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Ajudem-me, estou a morrer (de amores). Estou a desfazer-me aos bocados enquanto tento encontrar as peças que façam o puzzle por completo e nelas vou descobrindo, pouco a pouco, qual o significado de amar e, na verdade, qual o significado da felicidade quando é atingido algo que gostamos ou, neste caso, se ama muito e o amor é isso mesmo, uma junção de peças de puzzle misturadas em imensos, aliás demasiados, puzzles. Deixei alguns bocados como se fosse um rasto para que o amor me encontrasse e, para ser sincero, encontrou o caminho, e hoje posso dizer que concluí o maior quebra-cabeças deles todos, o meu ser. Já alguém sentiu que o próprio puzzle do seu ser não é suficiente? Que é necessário ter desafios mais severos? Mais complicados e até que demoram eternidades? Posso ser simplesmente um parvo mas eu cá adoro desafios, adoro sentir a raiva quando sou impedido de concluir algo e adoro, ao mesmo tempo, sentir a dificuldade mais desafiador por entre as veias que por aqui me correm po