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Desapego, por si só, é uma forma de apego

Tudo é regido pela forma como valorizamos o mundo. O desapego, por si só, é uma forma de apego, porque por vezes deixar "é o melhor remédio" e provocar-te, talvez, dos maiores apegos que possas ter, contigo próprio. É bom saber por vezes "deixar ir" para criar um maior apego, para que possas deixar de sentir para sentires mais. A melhor forma de apego é deixar voar, deixar voar pelos céus a tua maior fonte de felicidade, mesmo que isso implique deixar-te em "Terra".  Ainda iremos descobrir a definição de saudade, saudade essa que anda sempre de mãos dadas com o desapego, e que grita quando o apego bate à porta. (Na formação do termo "saudade", o vocábulo sofreu uma interfluência entre o estado de estar só, sentir-se solitário - oriundo de "solitarius") Por vezes o desapego é isso mesmo, uma enorme criação de saudade que origina um ciclo: desapego - saudade - amor. no qual todos estes se relacionam e jogam entre si, brutos e sem ordem. &

Tudo é (demasiado) tarde

Tudo se torna tarde um dia. Somos feitos de átomos mas maioritariamente somos feitos de momentos e se a vida não é um momento, então o que somos? Aproveito a tarde como se dependesse disso e torno tudo em mim um pouco melhor, e por vezes bato demasiado fundo no ridículo. Qual será o melhor momento do dia para ti? Fora da rotina, o que te faz pensar que cada dia que estás vivo valeu a pena? O que é que te faz chegar à cama, deitares a cabeça na almofada (a não ser que sejas um psicopata) e sorrir ao final do dia? É tudo muito reticente, muito abstrato mas tudo isso torna-te algo. Tudo em ti é de valor e será sempre esse “Tudo”, que no dia da tua morte alguém irá sorrir por entre todos aqueles que ganham um pouco de sensibilidade para dar os pêsames à tua família. Tudo serão momentos, e tudo o que fazes agora já fazes tarde. Porque é que não pensaste isso antes seu génio?  Hoje fizeste alguém feliz? Se fizeste estás de parabéns mas e tu? Estás feliz? Fizeste te feliz hoje? Deste tudo por

Olá querida amiga

En contramo nos novamente no escuro, nesta mente fechada a sete chaves enquanto me sussurras ao ouvido que a minha voz melancólica te satisfaz. Nunca fui bom em teatro, nem sequer algum dia serei bom a decorar falas, logo eu que adoro improviso, e por isso te escrevo, novamente.  Não tenho intenção de me relembrar da última carta que eu te escrevi, por algo motivo, aquela tinha tudo para ser a última, mas se Deus existe, Ele pediu me para a rasgar e falar dela com um enorme sorriso no rosto. Sabes que quando te escrevo não é pelos melhores motivos, apesar de por vezes me deixar feliz pensar em ti. Já fazia imenso tempo desde a última vez que me bateste à porta e vinhas acompanhada por uma amiga, amiga essa que eu já conheço de consciência e de coração, e quiseste me levar a passear, a ver as estrelas mais de perto e até hoje recusei. Espero que me abraces com esse abraço tao doce e ao mesmo tempo amargo porque só tu conheces a doçura e a amargura da vida e espero também que me ensines,

Um “quadro”

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Saí à rua. Vi um dos quadros mais bonitos até hoje, mesmo que não perceba muito de misturas de tintas e de estilos artísticos. Não era um quadro simples de facto, era só mais uma mistura imensa de cores e senti que ali estavam, a olho nu, as emoções, em especial, as minhas. Fez com que eu parasse no meio do caminho, como se uma parede, subitamente, aparecesse no resto do meu campo de visão me impedindo de seguir caminho e, sem controlo total de mim, ali fiquei. Fixei os olhos umas quantas vezes em certos pontos, eram esses que me cativavam e desnorteavam a minha mente, e ignorava por completo algumas “imperfeições” que o artista se tinha esforçado imenso a esconder (aquele excesso de tinta com uma dose de agressividade a mais). Fiquei inspirado e tentar a criar arte, nunca com o objetivo de tornar a minha melhor que aquela, nem vangloriar o que, sem dúvida alguma, sou capaz de fazer. Segui o meu caminho algum tempo depois e por incrível que pareça não consegui tira

É quando deixas tudo ir que tudo vai

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É quando deixas tudo ir que tudo vai. É quando deixas tudo ir que tudo vai, mesmo que prestes a chegar ao limite, e tu dizes um "adeus" enquanto preservavas aquele "até já" como ninguém. É quando deixas tudo ir que tudo vai, e tu mudas, sem sequer quereres fazê-lo, e até a tua cara deixa de ficar corada de nervosismo, e isto, amigo, só acontece quando, na verdade, deixas tudo ir. É quando deixas tudo ir que realmente refletes, e tudo vai, vai sem qualquer amargura, simplesmente com o prazer de ir porque assim deixaste, nunca sendo tu uma prisioneira. Deixa tudo ir, e assim vai, com a coragem que nunca teve, com os olhos que nunca teve e com o sorriso que nunca rasgou. É assim, quando deixas tudo ir que tudo vai, porque a presença é significante sim, acordar com um sorriso rasgado pela manhã é maravilhoso sim, mas já alguma vez alguém soube caracterizar a saudade? Aquela saudade pura que corrói, que provoca mais um milhão e mais alguns quantos sentimentos

Os lábios contam a história

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Ela agarrou no dinheiro do metro e pediu-me para seguir com ela. Fui atrás como quem não teme o próprio medo e saltei para o outro lado da carruagem com a única mala que levava, a vontade de não largar aquele momento. Sentei-me como se terminasse uma maratona e rendi-me às histórias que ela contava, principalmente sobre amor. Cativou-me com o seu gosto por música mesmo que Artes fosse o seu forte e o meu literaturas. Ainda assim admirava a paisagem enquanto falava com as suas pausas musicais e o quanto arrepiado me sentia. Por entre os lábios sorria e eu, por breves momentos, mudava toda a minha atenção para os gestos, expressões e para o sorriso enorme que ela tinha nos olhos, sempre com a postura que, apesar de não ser possível descrever, era cativante. Passou o tempo da viagem, foram horasP transformadas em minutos e ainda me lembro do quanto me custava fazer a viagem. Saímos do metro, como se tudo aquilo tivesse sido um plano, totalmente elaborado e por ali fomos, como se f

Coisas parvas

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Ao som das cordas e enquanto me arrepio entre o meu alter-ego e todo o meu sentido de humor, faço mais um voto de silêncio, sem objetivo nem qualquer objeção ao mundo e à minha pequena grandioss amargura. Toco mais uma nota, e quem sabe mais umas quantas, pois tal como quando escrevo, não sei de que parte de mim falo. Eu que, dividido em três, dialogo "monologando" e torno mais difícil entender-me ao mesmo tempo que, com esperança, espero que outros me entendam cada vez melhor. Não tenciono tornar este ciclo vicioso "doloroso", nem espero torná-lo repetitivo, mesmo que todos os dias volte ao consciente depois de algumas horas de sono, voltando sempre a ser o mesmo todos os santos dias, santos esses que se limitam a ser dias, em nome de nosso "senhor" que escreve esta e tantas outras parvoíces. Agora adormeci, e vou comendo as palavras que o meu inconsciente quer e manda, fazendo, outro mais, voto de silêncio, para que ao acordar escreva mais uma m