Um “quadro”

Saí à rua. Vi um dos quadros mais bonitos até hoje, mesmo que não perceba muito de misturas de tintas e de estilos artísticos.

Não era um quadro simples de facto, era só mais uma mistura imensa de cores e senti que ali estavam, a olho nu, as emoções, em especial, as minhas.

Fez com que eu parasse no meio do caminho, como se uma parede, subitamente, aparecesse no resto do meu campo de visão me impedindo de seguir caminho e, sem controlo total de mim, ali fiquei.

Fixei os olhos umas quantas vezes em certos pontos, eram esses que me cativavam e desnorteavam a minha mente, e ignorava por completo algumas “imperfeições” que o artista se tinha esforçado imenso a esconder (aquele excesso de tinta com uma dose de agressividade a mais).

Fiquei inspirado e tentar a criar arte, nunca com o objetivo de tornar a minha melhor que aquela, nem vangloriar o que, sem dúvida alguma, sou capaz de fazer.

Segui o meu caminho algum tempo depois e por incrível que pareça não consegui tirar aquela imagem linda e bruta da minha cabeça até chegar à porta de entrada de minha casa. 

Deixei as chaves em cima da mesa e decidi inventar no jantar, criar uma “arte”, podemos chamar a isso. Tomei um banho e demorei mais do que era costume (e eu que já demoro imenso tempo a “pensar”) e preparei tudo como se aquele quadro me tivesse dado alguma mudança, e para ser sincero deu. 

Até hoje lembro-me desse dia, lembro-me de como fiquei cativado e hoje o jantar está feito a espera dela, aquele quadro lindo que hoje não se cansa de me acordar com um sorriso, dos mais rasgados que tive a sorte de ver até hoje. 

Não porque quadro caracteriza um objeto mas sim porque como aquela arte não existe mais alguma e posso não ter sido o artista mas farei de tudo para ser sempre o seu apreciador.


Com todo o amor e carinho.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Loucura ínfima

A um Grande Amigo

Palavras para Prazer