O vento a entrar pela alma

Deixa o vento entrar pela alma dentro enquanto te "esfolas" e "esfolas" com todas essas dores da idade (psicológicas).

É demasiado importante deixar o vento fazer esse mesmo trabalho (entrar pela tua alma dentro). Serás para sempre um evento de um ignorante se não aceitares que essa coisa "surreal" te aconteça porque na verdade acontece, mesmo que nem tenhas noção disso.

Durante as eternas noites de pensamentos o "mundo" despejou-me todos os meus erros cometidos, apontou-os no quadro e sem dizer nada ofereceu-me um apagador e eu, inteligente como sou (embora saiba usar a ironia da força mais perspicaz e estúpida que existe como acabei de o fazer neste momento) apenas percebi o porquê desse mesmo apagador.

Relembrei todas as histórias do meu passado, desde a procura do caminho para a saída do fundo até às minhas piores decepções e, por mais que não queira, aprendi com esses momentos e talvez faça o mundo sofrer por ser tão sábio como sou hoje (até que acabe este copo que já vai a metade).

A vida é muito mais que certos momentos, a vida, por si só, é a junção desses momentos todos, desde os "pequenos" aos "grandes" e eu sempre me limitei a pequenos sorrisos, a momentos em que criava felicidade ao mundo e aos momentos em que de facto era eu, genuíno, sem qualquer fronteira ou barreira, momentos esses nos quais eu abraçava o mundo e, mesmo que por pequenos momentos, esse mundo era meu.

Fartei-me de criar histórias tristes, histórias sem uma "ponta" de história existente, e talvez isto não passe de uma história mas enquanto este vento me perfurar a alma eu não as deixarei de a contar porque, como é óbvio e eu sendo o maior sabia do meu mundo, sei que todos os momentos são histórias, por mais que de história não tenha nada.