Por vezes custa

Por vezes custa olhar para trás e ter arrependimentos, arrependimentos de algo que se deixou por fazer.
O Passado é demasiado macabro e todos os dias entra em luta com o presente enquanto o futuro permanece nas incertezas e a vida é isso mesmo, macabra e cheia de incertezas.
É uma treta (aliás, uma merda mesmo) haver sofrimento enquanto existir o sentimento do amor mas esses os dois, por mais estúpido que pareça, andam sempre a passear de mãos dadas, a definir as tuas escolhas enquanto vês o mundo a rodar através da tua "força".
A resposta que procuro é porque espero, ou porque não esperei mais ainda, mais ainda por algo que nunca chegou e que nunca chegarei a saber o que, de facto, podia chegar.
Desisti de vir passear e deixar as minhas pernas fluírem por essas estradas e decidi agarrar-me ao volante enquanto vou sofrendo com esta "Dor de Pensar" e imaginando como a minha vida seria se me limitasse a observar e a admirar a natureza, ou talvez se me limitasse a admirar as máquinas, ou até se pensasse apenas no presente e me limitasse a viver apenas em vez de pensar demais mas o meu maior pecado é ser consciente senão porque estaria para aqui a escrever isto.
Enquanto acelero neste Ford Cortina e percorro esta estrada de pensamentos e não da vida vou admirando tudo o que deixo para trás para além do fumo dos meus pensamentos. Amigos que por ali foram, momentos que por mais pequenos que fossem perderam-se, o cigarro que um a um ia fumando e deixando um vasto vazio psicológico enquanto me sentia mais livre.
E é assim mesmo, vou escrevendo e gastando os pensamentos como queimo a gasolina deste carro e não há nada melhor que percorrer uma estrada sozinho enquanto quem partilhar estes pensamentos comigo por esta estrada sem fim terá sempre um lugar guardado, não no carro mas sim no meu coração que hoje é cada vez mais pequeno.

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