Encontros Noturnos

Encontrei-me novamente à chuva (de pensamentos) e procurei a cura da loucura enquanto escrevia a minha carta de despedida com esperança que se tornasse realmente numa despedida.
É inútil deixar coisas subentendidas mas o que torna isto ridículo é a falta de coragem que, de mim, existe em conseguir transmitir os meus pensamentos, estúpidos ou não, transcrevo-os a sonhar que consiga fazê-lo.
Estas frases tornam-se complexas, tal como o meu pensamento, "sítio" o qual se torna difícil descodificar quando encosto a cabeça na almofada e me limito a olhar para a parede branca no meu quarto, limpa de todas as memórias e mais algumas e com todos os erros alguma vez cometidos pela pessoa que outrora fui e de certa forma ainda o sou.
A pontuação torna-se uma chave, com códigos minúsculos que vou criando enquanto divago com o meu corpo fixo por debaixo dos lençóis.
Gostava de criar, criar mais, ter mais inspiração, arranjar (de alguma forma) mais motivação para acordar a cada dia que passa como outrora, involuntariamente, acontecia.
Gostava de conseguir, mais ainda, transmitir, de todas as formas, todos os lugares por onde a minha alma fica a divagar nesta "chuva", estúpida, mas que de alguma forma irá sempre me fazer falta pois erros? Erros continuarão a existir e enquanto pensar, talvez os corrija, talvez não, pois, tal como o amor, não se escolhe, é involuntário nos apaixonar-mos mas o que fazemos depois disso depende apenas de nós e de mais ninguém e as decisões não se tornam diferentes, irá sempre ser necessário arriscar mas serão a partir dessas mesmas decisões que os erros se criam e cabe a cada um de nós corrigi-los e ainda hoje agradeço por todos os erros pelos quais passei, com certeza aprendi bastante e de tudo farei para que os mesmos não se repitam.
Sou a junção de Deus e do Diabo ou talvez seja o meu próprio Deus, tendo o poder do mundo, tal como cada um de nós possui mas hoje limito-me a ser um Deus enquanto escrevo, com todos os erros do mundo.

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