Choviam demasiados pensamentos

Hoje chovia, mas chovia muito mais que uma simples chuva, chovia demasiados pensamentos.
Não suporto rotina, nem suporto deixar o tempo perder, ele que se perca sozinho enquanto busco algo de extraordinário, surreal, e torno os meus sonhos reais e não simples sonhos porque esses limitam-se a imaginar enquanto eu próprio me limito a "ser" o real.
Enquanto passeava o corpo, era os pensamentos que me faziam afogar na noite. Ouvia vozes em torno de mim, por toda a parte, calmas e seguras enquanto me guiavam por todos os becos no meio da cidade e por ali andava, perdido mas ao mesmo tempo encontrado por todos os pensamentos.
Era só mais um ali, talvez com um gesto meio idiota por ali andava, sem rumo mas com toda a minha bagagem na mente, a refletir não sobre o mundo mas sobre quem era, sou e até mesmo quem serei.
Coloquei os auriculares, como quem quer aprofundar os seus pensamentos mais profundos e sentei-me, na rua mais escura que por ali havia a sentir a chuva por entre todas as linhas da minha pele nua.
Era já tarde mas o desejo de por ali andar era enorme, ridículo não é? Mas nesses momentos é que aprendia a valorizar tudo, tudo é mais um pouco enquanto cada gota de chuva me invadia o corpo e cada "gota" de pensamento me invadia a alma.
Voltei a casa, liberto de pensamentos profundos para me afogar nos leved lençóis da minha cama enquanto oiço as gotas de chuva por entre as persianas da janela e fechei os olhos, para perder novamente o tempo de vista e partir em busca de sonhos, e como me enerva sonhar.

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