Ser HUMANO

É extraordinário como funcionamos hoje em dia, somos máquinas mas para além de sermos programados para fazer algo e viver o tempo na nossa "bateria" de forma indeterminada conseguimos alcançar o cúmulo do ridículo querendo alcançar um certo lugar de prestígio  (inexistente) vivendo agradando o resto da sociedade ou até mesmo do mundo, esquecendo o elemento principal, o "ser humano" e amar cada uma das nossas diferenças, o que nos torna especiais e únicos.

"Ontem fui jantar com a minha mulher, comemos num restaurante todo chique estilo "gourmet" e fomos estrear o meu carro novo completamente automático, que espetáculo de máquina".
Esta citação serve para demonstrar o erro, o erro enorme que todos cometemos (eu mesmo o cometo, confesso) que é: Amar mais as máquinas e usar mais as pessoas.
Com isto eu senti uma certa distância, uma certa frieza em relação à mulher, como se fosse algo de acessório enquanto o carro foi o tema mais retratado, "embelezado" até, e isto retrata, de certa forma, quem somos hoje em dia.

Um dia disse à minha mãe: "Mãe, sabes o que tenciono fazer? Sabes o que por vezes me passa na cabeça? Amar as pessoas, fazê-las felizes, conseguir criar-lhes uma felicidade enorme e por consequente eu próprio ser feliz. Não existe nada melhor que ver alguém de quem se gosta feliz". E ainda hoje penso nisto.
Embora o desenvolvimento desta frase ainda hoje continue na minha cabeça eu tenho esse objetivo, pois enquanto perdemos tempo a passar o "record" do jogo do amigo no telemóvel, ou a colocar outra foto no Instagram para os amigos colocarem aquele coraçãozinho de "interesseiro" à espera que no dia a seguir lhes vás cumprimentar com dois beijinhos e lhes pagues um jantar só por teres muito dinheiro e seres bonito, perdemos o melhor de ser HUMANO: As relações, os sorrisos, um abraço, carinho, partilhar momentos e contar histórias, partir em aventuras e "desventuras", ser completamente maluco e "saltar" para os confins do mundo para sentir aquele "ar refrescante" a passar por todo o corpo.

É bom ser maluco e pensar nestas coisas, mas apesar disso iremos continuar a ser estes mesmos "seres" e cada vez mais iremos amar as máquinas e usar as pessoas, ignorando o redor e perdendo essas mesmas relações.

Fora isto tudo, publico este texto, eu próprio estou a perder a "Vida" ao meu redor, a perder o "ar refrescante" a passar pelos meus olhos enquanto aqui escrevo (opções), mas enquanto escrevo descrevo, desembaraço o meu peito e desabafo, como quem da sua vida não tens mais para dar senão escrever por umas linhas o retrato de si mesmo.